Ouvi um docente do curso de administração falar que dificilmente o ser humano estará satisfeito de forma genérica, em todos os âmbitos de sua vida, na sua totalidade. Esse comentário chamou-me a atenção. Vida no singular seria modo de dizer, pois podemos ramificar essa palavra. Confesso que conciliar vida acadêmica, profissional, social, amorosa e espiritual é algo extremamente complexo. Precisamos ser o administrador de nossa vida, tomando as decisões certas. Para se ganhar aqui, deve-se perder alí. Há sempre uma relação de custo-benefício presente em nossas tomadas de decisões, o que comprova a hipótese de que o ser humano nunca será um indivíduo plenamente satisfeito. Portanto faça boas escolhas, de forma com que o que você o receba valha mais do que aquilo que você perdeu pela decisão já realizada. Talvez essa seja a receita para a felicidade ou talvez não. Eis uma questão para reflexão.
sexta-feira, 12 de setembro de 2014
domingo, 7 de setembro de 2014
Resenha - Capítulo 1 do livro “Gestão de pessoas: subjetividade e objetividade nas organizações”
Eduardo
Davel possui Graduação em Administração pela Universidade Federal do Espírito
Santo. Ph.D. em management pela École des Hautes études commerciales de
Montréal. Doutorado sanduíche na Graduate Faculty of Political and Social
Science (New School for Social Research, New York).. Co-organizou os livros:
“Recursos” humanos e subjetividade (Vozes, 1996), Inovações organizacionais e
relações de trabalho (Edufes, 1997) e Homo administrativus (no prelo). Seus
interesses de pesquisa são direcionados para aspectos subjetivos, culturais e
simbólicos das organizações.
Sylvia
Constant Vergar possui Graduação em Pedagogia pela Universidade do Estado do
Rio de Janeiro (1974), mestrado em Administração Pública (RJ) pela Fundação
Getúlio Vargas - RJ (1984) e doutorado em Educação pela Universidade Federal do
Rio de Janeiro (1988). É coordenadora de cursos de educação continuada da FGV
Management. É autora dos livros: Gestão de Pessoas (Atlas, 1999) e Projetos e
relatórios de pesquisa em administração (Atlas, 1997). Seus interesses de
pesquisa englobam o desenvolvimento organizacional e gerencial, bem como
epistemologia e metodologia científica.
O
texto traz diversas abordagens sobre a gestão que lida com pessoas,
apresentando a evolução das linhas de pensamento ao longo do tempo com uma
linguagem direcionada aos profissionais da área de Administração. O capítulo
abordado divide-se em cinco partes: introdução; a questão da objetividade; as
tensões organizacionais existentes; a questão da subjetividade e a conclusão
dos autores. Davel e Vergara (2001) introduzem o assunto salientando a
importância da gestão de pessoas para a eficácia organizacional, criticando a
supervalorização da objetividade relacionada ao “ter” na contemporaneidade, o
que faz com que os indivíduos não conheçam e desenvolvam o seu eu interior.
Na
segunda parte, menciona-se a objetividade ligada ao modo ter, ao desejo de
sobrevivência e diretamente voltada à Administração de Recursos Humanos.
Baseia-se especificamente em teorias organizacionais para encontrar meios de
administrar pessoas priorizando o aumento da produtividade e de benefícios para
a organização, no que tange principalmente a lucratividade e eficácia
empresarial. A Administração de Recursos Humanos possui três principais
abordagens: a funcionalista; a estratégica; e a política. A abordagem
funcionalista constituiu-se basicamente de procedimentos, técnicas e
ferramentas visando a produtividade e competitividade. A abordagem estratégica leva
em consideração as influências do ambiente externo para o planejamento
estratégico da empresa, inclusive para o Departamento de Recursos Humanos. No
entanto, a abordagem política afirma que a Administração de Recursos Humanos
deve reger, controlar, integrar e equilibrar os interesses individuais, coletivos
e organizacionais por meio de uma postura ética e administrativa.
Na terceira
parte, há uma explanação sobre a incompatibilidade entre as funções da gestão
de pessoas na teoria e na prática. Criticam-se as contradições do mercado de
trabalho, onde muitas demandas e comportamentos esperados pelo empregador são
ambíguos e incertos. Disserta também sobre a resistência que muitos gestores e
departamentos possuem para aplicar teorias lógicas e benéficas na empresa e a
dificuldade dos mesmos para perceber a relevância dos colaboradores para se
obter melhores resultados organizacionais.
A
quarta parte trata da subjetividade atrelada principalmente ao reconhecimento
da interioridade e singularidade humana, na qual ressalta que a Gestão de
Pessoas deve absorver e considerar as inúmeras variáveis de um ser, como aspectos
religiosos, políticos, econômicos, morais, racionais, linguísticos,
psicológicos, entre outros. Na quinta e última parte, Davel e Vergara (2001)
concluem que tanto a objetividade quanto a subjetividade são importantes para a
gestão de uma empresa. Porém entendem que na área de Gestão de Pessoas ainda a
objetividade é a ferramenta mais utilizada e que ainda muitos profissionais
desse segmento desconhecem o poder da valorização do ser humano ou ainda
possuem a visão de que funcionário é um recurso e que investir nele é apenas
uma despesa adicional para a organização. Por fim, sugerem que os responsáveis
pela gestão de pessoas focalizem nos objetivos organizacionais criando
vantagens competitivas através de seus funcionários, e de maneira proporcional,
gerar vantagens para reter esses colaboradores.
No
contexto genérico, verifica-se que os autores reforçam traços da Teoria
Humanística, voltada para as pessoas e determinados traços da Teoria Sistêmica,
considerando que a Gestão de Pessoas, assim como a organização num todo, recebe
influências internas e externas. Tratando-se de um texto reflexivo, a obra não
possui uma linguagem objetiva ou sistemática, porém utiliza-se de algumas
ilustrações que facilitam a interiorização do conteúdo apresentado. Em época de
pleno emprego, é necessário que as empresas centralizem suas atenções em atrair
e reter pessoas, sendo esta uma obra que faz com que os leitores e gestores
reflitam e analisem sobre a viabilidade de treinar, estimular e acreditar nas
pessoas; pois se não houver ações para isso, o turnover da empresa aumentará e os objetivos empresariais possivelmente
não serão alcançados.
Referência bibliográfica:
DAVEL,
E. & VERGARA, S.C. Gestão de Pessoas: subjetividade e objetividade nas
organizações. São Paulo: Editora Atlas, 2001. p 31-56.
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